sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

VOLTANDO AO PRIMEIRO AMOR (PRIMEIRA PARTE)

Voltando ao primeiro amor.
Há alguns anos atrás eu fui ao supermercado para fazer uma pequena compra. Não era o que poderíamos chamar de compra do mês; era só uma comprinha daquelas para as necessidades de um ou dois dias. Portanto, saí com uma certa quantia em dinheiro e fiz questão de ir somando mentalmente o preço dos produtos que eu estava comprando, de modo a não exceder o valor que eu tinha em mãos. Depois que as mercadorias passaram pelo caixa, sobrou um pequeno troco – não me lembro o valor exato, mas eram apenas moedas. Aí então perguntei ao caixa se aquele valor daria para comprar algum chocolate, pois eu pensei em levar algo à minha esposa e filhos. Fui informado que, com aquela quantia, eu somente conseguiria comprar três unidades daquele chocolatinho em forma de bastão, o Batom da Garoto, e foi exatamente o que eu fiz!

Quando eu entreguei os chocolatinhos na mão dos meus dois filhos, Israel e Lissa, eles fizeram a maior festa. Achei que eu conseguiria causar a mesma boa impressão em minha esposa, a Kelly, mas, para meu espanto, a reação dela foi dizer-me:

– Que decadência!

Levei um susto com a frase dita por ela e com o olhar de censura recebido por mim! O olhar de Don Juan e o chocolatinho não haviam produzido resultado algum em minha tentativa de agradar a minha esposa! Assim sendo, disparei:

– Do que é que você está falando, mulher?

Ela sequer titubeou para responder:

– No início, quando começamos a namorar, você me trazia bombons da Kopenhagen. Depois que ficamos noivos, você começou a aparecer com caixinhas de bombons sortidos da Nestlé. Quando nos casamos, você começou a trazer os Sonhos de Valsa da Lacta. E agora Batom! Onde é que isto vai parar?

Caímos na gargalhada com o protesto da Kelly! Depois, no entanto, percebi que ela não havia apenas brincado. Comecei a repensar na minha dedicação em agradá-la e concluí que ela estava certa. Eu ainda a amava, e não achava que houvesse perdido este amor, mas as coisas deixaram de ser como haviam sido no começo!

É claro que um relacionamento amadurece e nem tudo será sempre como foi no começo. Eu poderia mencionar muitas coisas que melhoraram ao longo dos anos, mas o fato é que, neste aspecto específico (a expressão de valorização e carinho), eu havia decaído com relação ao que eu já havia sido antes! Chocolates populares também são gostosos, mas não são românticos!

Eu pedi perdão à minha esposa e prometi resgatar o que eu havia deixado de lado. E, obviamente, tratei de fazer o que eu deveria fazer: comecei a dar-lhe bombons da Kopenhagen novamente!

Se isto acontece ao nível do nosso relacionamento humano, natural, certamente também acontece no plano espiritual! Da mesma forma que perdemos a paixão e a intensidade do nosso amor por permitirmos o nosso envolvimento na rotina de um relacionamento com pessoas que realmente amamos, também acabamos permitindo que o nosso relacionamento com o Senhor sofra desgastes! E o Deus que nos chamou a um relacionamento de amor total não aceita isto! Ele protesta e pede de volta o que perdemos!

Nas visões do Apocalipse, que o apóstolo João recebeu na Ilha de Patmos, o Senhor lhe confiou algumas mensagens às Igrejas da Ásia. Na Carta endereçada à Igreja de Éfeso, o Senhor Jesus protestou com relação à decadência do amor que essa igreja vinha apresentando. Ele protestou pela perda do que chamou de primeiro amor:

Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer. Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas. (Apocalipse 2.2-5)
* Por Luciano Subirá

Extraído so sítio www.betelonline.com.br/destaques.php?id=54